Uma das lembranças de minha infância eram as seguidas
mudanças de residência. Meu pai era viajante (vendedor) e posteriormente mudou
para o ramo calçadista. Começamos a prosperar financeiramente, porém ainda
estávamos muito longe de Deus! Eu me dedicava ao esporte, estudo e música, até
então me espelhava em bandas de rock brasileiras. As músicas e os artistas começavam
a influenciar profundamente o meu caráter. Quando retornava da escola
trancava-me no quarto para estudar e ouvir música. Minhas influências estrangeiras
eram: Ramones, Dead Kennedy’s, Sex Pistols,
Exploited e outros. Passei a estudar a noite, trabalhar de dia e conhecer
outros jovens que se espelhavam nos meus ídolos. Através de uma jovem conheci a
maconha, já ingeria bebidas alcoólicas e fumava cigarro, coisas que até os meus
catorze anos de idade pensava que nunca fariam parte da minha vida, cheguei a
contar para a minha mãe o que estava acontecendo comigo, mas talvez ela pensou
que era apenas uma fase da adolescência. Aos dezessete anos realizava um de meus
sonhos: ser vocalista de uma banda de Punk
Rock e Hard-Core. As notas na escola começaram a regredir, as ausências na
sala de aula e surgiram as primeiras composições de música anarquista. Eu tive
a oportunidade de assistir uma palestra sobre drogas, mas não imaginava que eu
poderia chegar àquele nível de dependência. Cheguei a usar drogas lícitas,
ilícitas, caseiras, químicas, ácidas, boletas, barbitúricos, alucinógenos,
etc... “Tudo é festa, não dá nada!” Assim dizia eu. Durante todas essas
tribulações conseguia manter as aparências, trabalhava de vendedor balconista,
tive oportunidade de fazer cursos, estudar inglês, crescer profissionalmente.
Infelizmente de nada disso tirei proveito, pois o que corria nas minhas veias
era: sexo,
drogas e rock in roll. Aos
dezenove anos, levei um golpe do destino, minha mãe faleceu em meus braços
vítima de uma parada cardíaca. Meu pai tentou me ajudar, mas já era tarde
demais. Fazíamos shows, festivais onde havia pancadarias e vandalismo. Em um
destes encontros de bandas a policia de choque cercou o local e amigos meus
eram levados para o hospital, algemados e machucados. Pensei: “Será que é isto que eu quero para minha
vida?” Aos vinte anos encontrava-me no hospital com princípio de overdose
de cocaína. Minha família levou um choque, pois não imaginava que eu era um
dependente químico. Agora me trancava no quarto não mais para estudar ou
simplesmente escutar músicas, mas pensava em um modo fácil de suicidar-me. Um
amigo de infância havia sido assassinado, outro morreu de overdose, e um terceiro
debilitado pelo vírus da AIDS.
Foi então que reconheci que precisava de ajuda e pedi
ao meu pai que me levasse á uma casa de recuperação. Algo me dizia para não
ficar, pois eu não iria conseguir. Do outro lado algo mais forte dizia: “Fica,
você vai conseguir e Eu vou te ajudar!” Pelo fato de ser um lugar onde
o fundamento principal era a palavra de Deus, na primeira reunião que
participei foi feito um apelo para quem queria aceitar a Jesus, não pensei duas
vezes e quando tomei a decisão tive um encontro real com Deus. Após três meses
recebi o selo da promessa, fui batizado com o Espírito Santo. Comecei a
dedicar-me ao estudo da palavra e ocupar o maior tempo possível na oração, onde
recebi a revelação de Deus para compor hinos de louvor que mais tarde fizeram
parte de alguns CD’s evangélicos. Dirigi um grupo de evangelismo que realizava
palestras e trabalhos de prevenção, onde pude testemunhar para várias pessoas o
que Deus fez na minha vida. No ano de 1999 conheci uma jovem, com a qual casei,
que não teve um passado como o meu, mas que tinha o mesmo propósito de fazer a
vontade de Deus e obedecer ao Seu chamado. Hoje sou pastor, trabalho
integralmente na obra de Deus, e entre tantas dádivas Deus nos presenteou com
duas lindas filhas, que nos acompanham, pois temos viajado por muitos lugares
testemunhando, ministrando a palavra e louvando ao Senhor Jesus. Meu desejo é que
o projeto de Deus para a sua vida seja concretizado, pois:
A mão do Senhor não está encolhida para que não
possa salvar,
Nem o seu ouvido agravado para que não possa ouvir. Is. 59.01
Antes.
Depois.
Que benção d Deus!!!
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